"Deitados nas ruas com a cabeça na pedra[...]" Imagens da Cracolândia SP |
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Palestra esclarece a cobertura da Copa de 2010 pelos jornalistas brasileiros
Para discutir a cobertura do jornalismo brasileiro na Copa do Mundo de futebol de 2010, em campo os Jornalistas Bob Fernandes e Juca Kfouri palestraram no 5º Congresso de Jornalismo Investigativo da ABRAJI. Mais de 100 pessoas estiveram nas arquibancadas para ouvir os principais pontos sobre a estrutura dos veículos de comunicação na África do Sul e a relação de jogadores, dirigentes e do técnico Dunga com a imprensa.
Kfouri iniciou à partida ao contar sua experiência de oito coberturas de Copas e destacou mudanças ao longo dessa trajetória: “em 1982 eu assistia aos treinos ao lado do campo onde a seleção treinava. Mas, isso mudou mundialmente. Se pensarmos na inovação tecnológica houve um salto imenso para enviar as matérias para redação. Não sou saudosista e penso que hoje fazemos um jornalismo tão bom quanto há 40 anos”.
Fernandes dá seu toque de bola ao falar do grande número de profissionais responsáveis por cobrir a seleção e destaca o poder de controle da informação por parte de Rodrigo Paiva, assessor de comunicação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). “Enquanto os jogadores davam entrevistas de 40 minutos, Paiva dava off´s de 1 hora e 15 minutos para mais de 30 jornalistas. E essa blindagem não começou na Copa, mas sim quatro anos antes”, declara Fernandes.
“Jornalista vai para cobrir, não para torcer”
No segundo tempo, as perguntas da plateia se concentram em polêmicas que envolveram Kfouri com o jogador Kaká e a relação entre Dunga e a imprensa. O jornalista afirma ser contra merchandisings feitos para promover a religião por jogadores. “Se Deus ajuda quem faz gol, nesse momento ele não ajuda o goleiro?”, questiona.
Frente à antipatia de Dunga, os palestrantes afirmam que o técnico tinha razão moral, porque ele tratava todos os jornalistas da mesma forma. No entanto, dizem ser complicado ele negar ou agir como agiu nas entrevistas porque isso envolve desgastes de sua imagem, da seleção e de patrocinadores.
Sobre a mística passada por Dunga, de que os veículos de comunicação eram contra a seleção, os palestrantes reagem: “jornalista vai para Copa para cobrir, não pra torcer. Nós jornalistas não torcemos contra. Eles [Dunga e assessoria de imprensa da seleção brasileira] acham que não devíamos publicar algumas notícias porque iríamos prejudicar o desempenho da equipe”, diz Kfouri.
Nos acréscimos, os jornalistas destacaram a grande quantidade de trabalhos para a realização da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas 2016 no Brasil e apontaram a grande demanda de informações aos veículos de comunicação. Eles explicaram que a questão envolve o jornalismo de observação em diversos segmentos, além do jornalismo esportivo. “E esse é o olhar para escrever as notícias”, completa Fernandes
Nas cobranças de pênaltis, Juca Kfouri marcou mais um gol ao autografar o livro “11 Gols de Placa”, de Fernando Molica – uma parceira entre ABRAJI e editora RECORD que reúne reportagens investigativas tratando do futebol do país.
Kfouri iniciou à partida ao contar sua experiência de oito coberturas de Copas e destacou mudanças ao longo dessa trajetória: “em 1982 eu assistia aos treinos ao lado do campo onde a seleção treinava. Mas, isso mudou mundialmente. Se pensarmos na inovação tecnológica houve um salto imenso para enviar as matérias para redação. Não sou saudosista e penso que hoje fazemos um jornalismo tão bom quanto há 40 anos”.
Fernandes dá seu toque de bola ao falar do grande número de profissionais responsáveis por cobrir a seleção e destaca o poder de controle da informação por parte de Rodrigo Paiva, assessor de comunicação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). “Enquanto os jogadores davam entrevistas de 40 minutos, Paiva dava off´s de 1 hora e 15 minutos para mais de 30 jornalistas. E essa blindagem não começou na Copa, mas sim quatro anos antes”, declara Fernandes.
“Jornalista vai para cobrir, não para torcer”
No segundo tempo, as perguntas da plateia se concentram em polêmicas que envolveram Kfouri com o jogador Kaká e a relação entre Dunga e a imprensa. O jornalista afirma ser contra merchandisings feitos para promover a religião por jogadores. “Se Deus ajuda quem faz gol, nesse momento ele não ajuda o goleiro?”, questiona.
Frente à antipatia de Dunga, os palestrantes afirmam que o técnico tinha razão moral, porque ele tratava todos os jornalistas da mesma forma. No entanto, dizem ser complicado ele negar ou agir como agiu nas entrevistas porque isso envolve desgastes de sua imagem, da seleção e de patrocinadores.
Sobre a mística passada por Dunga, de que os veículos de comunicação eram contra a seleção, os palestrantes reagem: “jornalista vai para Copa para cobrir, não pra torcer. Nós jornalistas não torcemos contra. Eles [Dunga e assessoria de imprensa da seleção brasileira] acham que não devíamos publicar algumas notícias porque iríamos prejudicar o desempenho da equipe”, diz Kfouri.
Nos acréscimos, os jornalistas destacaram a grande quantidade de trabalhos para a realização da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas 2016 no Brasil e apontaram a grande demanda de informações aos veículos de comunicação. Eles explicaram que a questão envolve o jornalismo de observação em diversos segmentos, além do jornalismo esportivo. “E esse é o olhar para escrever as notícias”, completa Fernandes
Nas cobranças de pênaltis, Juca Kfouri marcou mais um gol ao autografar o livro “11 Gols de Placa”, de Fernando Molica – uma parceira entre ABRAJI e editora RECORD que reúne reportagens investigativas tratando do futebol do país.
Assinar:
Postagens (Atom)