Que marcas você quer deixar no planeta? Calcule sua Pegada Ecológica.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Consciência ingênua: o marco regulatório da COP-15




Entender o congresso mundial de Copenhague, Dinamarca, que negocia a redução na emissão de gases poluentes pelo países não é uma tarefa muito fácil.Certo é que essa reunião busca reduzir o aquecimento, mas como isso será possível é uma incógnita.

Enquanto os jornais apresentam entraves nas negociações entre os líderes dos Estados participantes, Organizações Não Governamentais cobram desses ações concretas e compromisso com o meio ambiente diante a sustentabilidade do planeta.

Desde a primeira Revolução Industrial, o extrativismo predatório dos recursos naturais vem em forte crescente. O desenvolvimento dos países ricos veio apenas com a exploração de suas colônias, com submissão da classe trabalhadora e destruição da natureza.


Hoje, o Primeiro Mundo não quer dividir tecnologias para amenizar seus males ao meio ambiente com países subdesenvolvidos e não aceita reduzir a emissão de gases na atmosfera para um patamar aceitável. Afinal o que eles querem? Já falharam no Procolo de Kyoto e agora?

O que geralmente trava esse cardume de políticos discutindo o futuro do planeta é que a burocracia gananciosa das pretensões capitalista frente ao desenvolvimento predatório sempre está em primeiro plano diante o ecossistema.

Sinto falta na grande mídia nacional e nas ONGs noticiarem os porquês dos embates não serem concluídos com êxito. Em quais pontos os países divergem e o que eles defendem? Nomes dos representantes e discursos traduzidos em todas as línguas explicando o que se passa na Cop-15 é necessário. O congresso deveria ser gravado e exibido na integra para o mundo. Essa reunião é de interesse público, não de minorias.
As pessoas não percebem os efeitos negativos do aquecimento global por falta de uma educação ambiental e das levianas informações. Enquanto essas questões forem apenas forem discutidas por setores da classe média-alta e um percentual de seres familiarizados com agronegócio, o processo de proteção a natureza apenas será superficial.


Educação ambiental para massa é trazer conhecimento para a maioria, o saber trará senso crítico ambiental e a resultante será a inevitável revolta com o atual modelo extrativista predatório em que ainda se encontra o desenvolvimento.

Não basta apenas cobrar dos governantes, é preciso cobrar de si. Todavia, essa cobrança só será possível quando um maior número de pessoas compreenderem e aceitarem que o seu papel na manutenção do planeta faz parte do exercício ético e de cidadania a respeitar gerações futuras

O meio ambiente não nasce nas florestas, mas sim em nossos lares. Atuação e comprometimento possuem significados dispares. É preciso enraizar a educação ambiental na cultura humana, pois caso contrário - a cadeia destrutiva que o desenvolvimento gera na natureza irá atingir o ápice da insustentabilidade.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Diversidade de amigos, pluralidade de idéias

Há alguns meses, eu e as Meninas de Sinhá (Anelize, Camila e Michele) fizemos uma ágora de questões como: existencialismo, nosso papel nesse mundo, julgamentos de indivíduos e nossas ações para ajudar a mudar a desigualdade no orbe. Esses tempos, essa mesma conversa, porém com posições adversas sobre os temas ocorreu com Lindemberg Rocha (Beto). E esse papo já conversei com alguns outros parceiros de velhas datas.


Amiúde, com o passar das primaveras, esse tipo debate faz parte dos diferentes grupos de discussões que participo, mas só agora me dei conta da freqüência dessa pauta nas minhas relações.

Dessa pluralidade ideológica de pessoas que se propõem a debater questões que as respostas, nem os grandes ícones pensadores conseguiram unanimidade em suas respostas, gera distintos pontos de vista aos os que procuram de uma forma ou de outra, mudanças nesse insustentável e desigual planeta.

A origem dessas espécies pensantes de amigos eu não sei, mas aproveito o gancho do meu grande amigo Heitor Hermann, para classificá-las em vermelhos, verdes e brancos.

O vermelho é coletivo de amigos que fixa a base para mudança do atual quadro social nas idéias de Karl Marx, Bakunin, Engels, Che Guevara e outros que seguem o mesmo tom. Essa galera é complicada, alguns são extremistas quanto a tudo que envolve o capitalismo, detestam figuras como George W. Bush, Fernando Henrique Cardoso e se pudessem colocariam Adam Smith na cruz no lugar do filho de Deus. Dentro deste movimento rubro, também existe uma vertente que acredita no anarquismo, não crêem na existência de Jah e sofrem fortemente influências do dada e do surrealismo para re-construção social. E viva o socialismo! Gritam eles.

No coletivo verde, as idéias dos anos 60 norteiam essa galera. Paz e amor, liberdade de consciência e idéias eco-libertárias fazem parte do menu de alguns desses. Muitos acreditam na fé-verde para revolução social e se apegam na religião e na cultura oriental para quebrar paradigmas que vivemos deste ou do outro lado do mundo. A vertente vegetariana faz alusão a um novo sistema econômica chamada PROUT ou Teoria da Utilização Progressiva, que em resumo trabalha aspectos sociais, espirituais e principalmente ecológicos para criação de uma vida sustável que, assim que implantada, proporcionará uma vida menos desigual social e menos nociva a natureza.

Os brancos são parecidos com os verdes. O que difere um ao outro são questões religiosas. Por exemplo, em motes relacionados a Deus, os albinos discordam literalmente das idéias do darwinismo. Em simples palavras, nos whites o lado espiritual está em primeiro plano enquanto nos verdes, ser naturalista é o diferencial. Como ícones de seus apotegmas encontram-se personalidades como: Mahtma Gandhi, Dr Bezerra de Menezes, Jesus Cristo, Dalai Lama, Leonardo Boff e mais alguns pensadores que trabalham a relação espiritual como agente de transformação social.

Não posso esquecer-me da galera neutra, seja por um motivo ou outro, eles preferem não levantar nenhuma bandeira. Dentro da sua filosofia buscam fazer o bem e conquistar seus sonhos de forma digna e honesta desacreditando muitas vezes, naquilo que os clãs: vermelhos, verdes e brancos chamam de SISTEMA.

Talvez os leitores de meu blog se perguntem. E o Hermann nessa classificação?

Ai meus caros, vocês devem ter a respostas.

Saudações ecolibertárias a todos.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Lá vem o pré-sal, salvem a natureza


Prezados leitores do Blog do Hermann

Primeiramente peço desculpa pela minha ausência. Não pensem que foi por preguiça, mas às vezes temos que priorizar outras coisas. Espero que essa ausência não volte a acontecer. Fogo na babilônia.



Desde a minha última publicação quantas coisas aconteceram. Por exemplo, tivemos o cartão vermelho do juiz Eduardo Suplicy ao Sarney, técnico da S.C. Senado, o discurso de Obama contra os cosmopolitas elitistas banqueiros yankes, o Ministro de Jah Carlos Minc (...O Minc está na Jamaica...) a dançar e discursar com a galera do reggae.

No entanto, a notícia que mais mexeu com a estrutura geopolítica, sóciopolítica, ecopolítica e outros prefixos que somam a palavra política é o famoso pré-sal


Nunca na história desse país, como diria Lula, algo é tão comentado em distintas classes. Lá no bar da Dona Maria perto de casa, no sindicato no qual trabalho, na universidade, na grande mídia, nos movimentos estudantis, todo mundo dialoga coisas como: O Brasil será a nova Arábia Saudita! Podemos investir os lucros dessa nova empreitada nacional na educação e na saúde! A gasolina ficará mais barata! Seremos um país de primeiro mundo, etc...



Os representantes do povo pertencentes à direita questionaram a presa exigida pelo Governo Lula para acelerar as leis que irão regulamentar o manejo da exploração do novo petróleo. Já o governou festejou os benefícios futuros do pré-sal e a visibilidade diante um possível desenvolvimento econômico originado desse beneficio natural.

Dentro deste oba-oba  pré-salítico questões surgem: Se buscamos um mundo sustentável e uma das coisas que mais emite poluentes é a queima de combustíveis vertentes de materiais fósseis, o que temos a festejar na questão ecológica? Por que o Brasil não investe em energias alternativas como eólicas e solares que são soluções sustentáveis?



Até quando o mundo irá explorar recursos naturais não renováveis para satisfazer o consumo industrial capitalista e das pessoas de forma desenfreada eu não sei, mas posso afirmar que as manifestações do planeta diante o desequilíbrio, gerado pelo predador homem, cresce de forma nefasta e - se já sofremos com esses cataclismos -, imaginem as gerações futuras?

Saudações Ecolibertárias










quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Marina Silva candidata a Presidência da República?

A vida sempre possibilita mudanças. E quando elas são boas, nauta o beneficiário dessa graça com aumento dos sonhos e confiança na nova trilha na qual o labor e expectativa vão emanar uma simples, mas imponente palavra: VITÓRIA.

A subjetiva frase acima nasce com intuito de mostrar o novo caminho na vida da Senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva que, nesta quarta-feira deixa sua antiga legenda, o Partido dos Trabalhadores (PT), para possivelmente filiar-se ao Partido Verde (PV) e quem sabe se candidatar à Presidência da República.

Mudanças na existência dessa acreana não são novidades. Analfabeta até os 16 anos, para se cuidar de uma doença, deixou o seringal, estudou e tentou, ou melhor, conquistou a vida na cidade grande. Ambientalista, historiadora e pedagoga, Marina é um ícone brasileiro quando se fala na defesa da Amazônia.

Mesmo ainda não confirmada sua candidatura à presidência no próximo ano, a mídia, empresários, o pessoal do agronegócio, grileiros, latifundiários e outros já cogitam seriamente está preocupante possibilidade.

Mais um presidente oriundo do povo? Não! E ainda por cima uma mulher? Essa é a questão que uma boa parcela elitista da sociedade brasileira em seu âmago deve estar a pensar.

Minha amiga Anelize Gabriela Butterfly, com certeza ao ler esse texto vai me criticar e dizer: Lá vem o Hermann com a teoria da conspiração, mas conspirações serão as armas dos adversários de Marina na disputa sucessória ao governo do Presidente Lula.

Abster-se de questões ligadas à economia, contraposição a políticas fiscais mais árduas, ideologias marxistas e questões fundiárias, são fatores negativos que certamente serão usados pelos adversários da ambientalista na corrida presidencial. O patriarcalismo retrógrado do país também é outro valor que pode inviabilizar a eleição de Marina.

No meio político e os próprios militantes do PV classificam o partido como defensor da natureza. Quiçá, quando questionado sua posição ideológica, pouco se sabe sobre o local que sua base esta fincada. Seja de direita ou de esquerda, o que é possível afirmar sobre esta bandeira hasteada do PV são os doze valores dos verdes: ecologia, cidadania, democracia, justiça social, liberdade, poder local, espiritualidade, pacifismo, multiculturalismo, cidadania feminina e o saber.

Depois de 30 anos na militância petista ela irá passar a respirar novos ares. O PT com certeza irá lamentar muito mais a perda de uma política como Marina Silva. Até que provem o contrario, ela é um exemplo ético e moral dentro do partido que ainda sangra por articulações e parcerias oriundas de seus péssimos acordos para governabilidade.

Agora é aguardar e ver as propostas da possível candidata. Insigne foram suas lutas a favor da natureza e seus trabalhos juntos aos desfavorecidos. No entanto tenho que aguardar suas posições em relações ao todo. E, espero que estes projetos sejam tão bons quanto aos que ela destinou a questões eco-socias. Caso seja dessa forma, teremos uma bela candidata a presidente do Brasil.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Censura no Estadão? Será?

Mais uma vez o fantasma da censura adeja o cenário da comunicação brasileira. Nestes últimos dias, li tanta coisa contra a posição do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, (TJDF) que através do desembargador Dácio Vieira, proibiu o Grupo Estado de publicar reportagens sobre a Operação Faktor da Policia Federal que envolve investigações sobre a dinastia Sarney que fiquei a pensar.

Claro que o jornal o Estado de São Paulo levantou a bandeira nostálgica do período da ditadura, onde a liberdade de expressão era extremamente proibida. E, é lógico que toda imprensa foi solidária ao jornal e diferentes órgãos que lutam a favor da liberdade de imprensa manifestaram sua posição contra a justiça.

Eu abomino qualquer tipo de opressão. Sei da importância da liberdade de expressão e de imprensa e sua suma posição a mareação de qualquer regime democrático. No entanto, alguns pontos eu preciso manifestar.

Levando em consideração que o desembargador proibiu o Estadão de publicar informações sobre a Operação Barrica, o TJDF alega o que a vetar esse tipo de publicação pelo jornal?

Para quem não sabe, o que foi publicado pelo jornal corre em segredo de justiça, então a divulgação do conteúdo desse processo é proibido. E, talvez isso, foi o motivo pelo qual o departamento o jurídico do Estadão, até o presente momento, não entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a intervenção do TJDF em suas reportagens.

Uma análise conjuntural

Ontem, em uma conversa com o sindicalista chamado João Guilherme Vargas Netto, ele me fez entender o tamanho poder dos meios de comunicação no Brasil. E percebi, que diante estes quase oito anos de Governo Lula, como o cenário político nacional dialogou com a mídia e enxerguei como pouco mudou desde a derrubada de Collor pelos caras pintadas influenciados pela Globo.

A grande mídia tentou de todas as formas desestruturar o governo e, em partes, ela conseguiu. De uma forma voraz e continua, denuncias sobre os principais articuladores de Lula eram pautas manchetistas nas publicações dos rádios, dos jornais e da televisão a manipular a sociedade civil a protestar contra políticos e por conseqüência, Brasília, derrubou mais de uma dezena destes pertencentes à base governista.

Mas será que o real interesse midiático foi trazer ao receptor a verdade dos fatos ou a sua própria verdade? Na minha singela opinião, as grandes corporações da comunicação brasileira ao perceberam que não conseguiriam derribar o presidente oriundo do povo, resolveram atacar a sua base. Quantos e quantos companheiros de Lula caíram? Todos lembram dos episódios de Benedita da Silva, Pallocci e José Dirceu.

Por que a mídia não mostra o desastre e a estagnação da ditadura tucana no Estado de São Paulo nestes seus 20 anos gestão? Por que a mídia é conivente a elitização judicial das ações STF maestrado por Gilmar Mendes?

A maioria dos pilares apoiadores do Governo Lula a sofrerem algum tipo de denuncia originada ou apoiada pela mídia foram abatidos. Apenas Paulinho da Força, que ora joga no Corinthians e ora no Palmeiras e o fariseu José Sarney resistiram à mídia brasileira assim como Agnès Humbert em sua oposição diante à ocupação nazista na França.

João Guilherme falou os vários pontos que engessam e demonstram o poder e o unilateralismo da mídia no Brasil no atual período. E, em um dos seus célebres pensamentos disse: “Nós sindicalistas já conseguimos parar a Volkswagen do Brasil, a Vale do Rio Doce, a Petrobrás, mas independente do anêmico sindicalismo jornalístico no país, quem consegue parar a Rede Globo e companhia”.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

“É proibido fumar. Diz o aviso que eu li”

Se eu fizer uma lista das pessoas que me atormentam, ecom razão, para que eu pare de fumar, ela iria parecer um abaixo-assinado. Os malefícios desta droga são tremendos, mas quando se tem esse péssimo hábito, a sensação seja na alegria, seja na angustia, na tristeza ou em qualquer outra efeito sentimental, o prazer de pitar é inefáवेळ.
No próximo dia 7, a Lei Serra Anti-tabagista e derivados entra em vigor em todo Estado de São Paulo। Uma fonte me disse que o que influenciou o nosso ilustre Governo a tomar tal atitude foi o fato de seus laboratórios não conseguirem produzir remédios genéricos para o fim do uso do tabaco।

Essa Lei, assim como a do Kassab que proibiu parcialmente a circulação de ônibus-fretados é meio sem sentido. Antes de sancioná-las nenhum estudo que apresente uma possível melhoria nos locais afetados pelo uso de cigarros e pelos fretados foi apresentado. No primeiro, cansado estou de ouvir aquela frase feita, “fumante passivo” e, no adjacente, que é utilizado amiúde - pela classe média e alta trabalhadora -, como diria na zona leste, a lei “tremeu na base”, quando estes se manifestaram contra.

Se o cigarro é tão prejudicial, sendo um caso de saúde pública, por que não proibi-lo de vez? A resposta, caro leitor, vocês sabem né? Ai, ai, qual graça terá os restaurantes cubanos onde um dos seus maiores prazeres é pitar um charuto da Ilha de Fidel? Ainda bem que não sou mais um homem de balada, pois já ouvi falar em um saquinho onde as pessoas guardaram sua cigarrilha e depois na hora de ir embora a pegam. Já pensou que desagradável? E se isso for verídico, pense na demora que será pra sair das baladas.

Conversando com a Dona Maria, dona de um boteco perto da minha casa na Guilhermina, ela disse: “Isso ficou bom para o ambiente, mas para nos comerciantes que já não podemos mais colocar mesas nas ruas, a proibição irá afastar essa clientela”.

Espero que os estabelecimentos fechados não me denunciem, pois uma hora ou outra irei infligir essa lei e, sendo preso, nem no xilindró poderei fumar porque lá é um ambiente fechado.


Enquanto está lei ainda não se afirma, continuarei com minhas tentativas de tentar parar de fumar.

Acho que nós fumantes temos sim o dever de respeitar os que não fumam, mas nós estamos sendo respeitados?

PS: Minha mãe vai me matar a hora que ler esse texto

terça-feira, 28 de julho de 2009

Teimosia, persistência e obstinação

A situação do senador José Sarney (PMDB) como presidente do Senado a cada minuto que passa fica mais insustentável. Diversas são as acusações sobre ele. Entre algumas destacam-se irregularidades administrativas, nepotismo e outras coisas que nascem como chuchu na cerca.
A mais nova empreitada da oposição contra Sarney firma-se diante a sua conversa com seu filho onde eles falam sobre o pedido da contratação do namorado de sua neta. No bate-papo eles afirmam que irão pedir ao empregador, ops quero dizer, ex-diretor do Senado Agaciel Maia para agilizar essa importante admissão.

Em 28 de julho de 2009, os Tucanos pediram a cassação de Sarney. Mais que a metade da bancada dos senadores petista, por incrível que parece apóiam o PSDB - ou melhor-, são contra o presidente da casa.

Vocês lembram daqueles filmes do Rock Balboa que ele apanha, apanha e apanha, mas no final sempre consegue vencer seus adversários? Será que o político-escritor brasileiro membro da ABL se inspira nessa película estadunidense e vencerá no último round?

Outro fato interessantíssimo é o fato de Lula defender Sarney. Em uma atitude claramente eleitoreira, as pessoas mais ligadas à política entendem a ação presidencial agora frente ao apoio dos pmdebista para as próximas eleições. Todavia, até quando isso será sustentável?

Diante a obstinação de Sarney em continuar a frente do comando do Senado e a persistência de Lula em apóiá-lo, não sei qual atitude cairá primeiro, mas ambos podiam cantar uma estrofe da música de Raul Seixas: ...”Minha teimosia brava de guerreiro...”

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O amigo da onça

Fazia tempo que meu coração não ficava apertado. No auge dos meus 26 anos, acompanho a tragetória de Lula desde dos tempos em que ele era companheiro até se tornar presidente.

Lembro que em 89 meus tios, minha mãe, professores, a esquerda e artistas de Itapetininga vibraram com a possibilidade de termos no comando do Brasil alguém oriundo do povo. Minha mãe cantava bem alto “...Lula lá, brilha uma estrela...”. Como aprendi a admirar essa pessoa e colocar a estrela vermelha no peito.

Apesar de ter passado alguns anos da derrota de Lula diante FHC, ao ler o livro do Do Golpe ao Planalto do jornalista Ricardo Kotscho, entendi o tramite politico que levou o Partido dos Trabalhadores a derrota e calafrios, novamente me deram a entender essa segunda perda.

Lembro até hoje a vitória do Presidente Lula. Não me recordo bem o dia, mas recordo claramente das lágrimas caídas de meus olhos diante a vitória do povo.

Denuncias, mensalão, envolvimento de lobistas, a queda de importantes ministros , apoio a velhos caciques e a perda da ética partidária foram contra o PT. Como ex-militante, não deixei que as coisas afetassem meu amor diante a grandiosidade deste partido, todavia os dois últimos meses foram terríveis.

Elogiável é o trabalho deste governo nas questões sociais. Diante a economia, até o economista capitalista mais pessimista reconhece o bom manejo do governo no setor, na saúde e na educação o governo ficou muito aquém das promessas. Mas, ninguém é perfeito.

A facada em meu coração dado por Lula foi quando ele sancionou a MP 458/09 (
http://www.leidireto.com.br/medidaprovisoria-458.html ), que possibilotou entre os vários absurdos a legalização de terras amazonicas para grilheiros. Como isso não me fez bem, a regularização dessas terras apenas aumentará exploração direta e desenfreada de importantes trechos da Amôzonia.

"Quero fazer justiça ao senador Collor e ao senador Renan, que têm dado sustentação ao governo em seu trabalho no Senado.", Luis Inácio Lula da Silva.

Depois disso pra felicidade de uma amiga chamada Nayana Rezende, eu resolvi deixar de ser petista, mas não deixei de gostar do Lula.

Mas agora foi o apogéu da burrice da governabilidade. Aliança com Fernando Collor de Melo, pelo amor de Deus. Fiquei totalmente desapontado com essa parceria, isto é, não vou nem comentar o apoio ao farizeu José Sarney.

Dizem que quando estamos no inferno a melhor coisa é abraçarmos o capeta, mas caminhando por águas brancas, o Lula tinha que abraçar justo Collor.

Ai ai.

Peço desculpas ao capeta.

Mauricio Hermann

terça-feira, 14 de julho de 2009

Jornalistas sem diploma

“A profissão de jornalista não oferece perigo de dano à coletividade tais como medicina, engenharia, advocacia nesse sentido por não implicar tais riscos não poderia exigir um diploma para exercer a profissão”. Gilmar Mendes, presidente STF.

Em junho o Supremo Tribunal Federal (STF) revogou a obrigatoriedade do diploma universitário para exercício da função de jornalista no Brasil. Distintas foram às opiniões entre as entidades de comunicação e representantes da classe sobre a decisão do Supremo. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádios e Televisão (Abert) foram favoráveis à decisão. Em contrapartida, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Associação Brasileira de Imprensa (ABI), refutaram a decisão.

Como estudante de jornalista penso diferente de Mendes que comparou o labor jornalístico ao oficio de cozinheiro. Em minha opinião a importância acadêmica para formação de quem escreve na mídia é necessária porque um estudo específico sobre a profissão, além de desmistificar a chamada “liberdade de expressão e de imprensa” que o não-jornalista acha que existe dentro deste ambiente, qualifica essa categoria diante a responsabilidade que é com mídia.

O curso, teoricamente, mostra as diretrizes da formação da base informativa e os meandros para sua construção. Não que um especialista não saiba o que acontece por de trás das páginas dos jornais e da mesa de William Bonner, mas a alguns destes, por não ter um estudo peculiar sobre o assunto, não imagina a magnificência ameaçadora da arma que é produzir informação.

Vale salientar que, tal efeito de anulação da lei, tanto criticado pelas organizações de jornalistas foi revogado também pelo fraco, fragmentado e individualismo oriundo dessa categoria. Talvez, se o sindicalismo dessa classe fosse mais expressivo, a resultante seria outra.

E será que alguém pode responder uma perguntar:

Quem ganha com tal decisão, a democracia ou uma minoria de déspotas esclarecidos donos dos veículos de comunicação, por quê?

Jornalistas a mercê dos barões da comunicação.

Mauricio Hermann

O lápis e a borracha


Em certa noite de outono, quando dormia deitado em uma rede posta em frente a minha casa, vi em meus sonhos uma fada se aproximar. Ao se aproximar, a pequena criatura trazia em sua mão direita um lápis e na esquerda uma borracha.

Ela pousou em meus ombros e devagarzinho com sua voz branda disse:

- Esses objetos são mágicos. Com eles nas mãos basta você imaginar um trecho da história de sua vida. Com a borracha você o apaga e com lápis você o reescreve.

Nesta noite, em minha consciência, a realidade se sobrepôs ao holístico e apenas virei na rede pra continuar a sonhar.

Pela manhã, quando abri os olhos - no canto do galo das 6:00 hrs -, o sol ainda estava preguiçoso e eu ainda com remela nos cílios dei aquela tradicional “espixadinha” e percebi que na guimba do raio solar que tangenciava a rede e o vaso de tulipas, encontrava – se um lápis e uma borracha.

Por um alguns instantes não consegui compreender se estava acordado ou sonhando. Abaixei-me diante o vaso, peguei os dois objetos e sai a esmo diante o caminho que levava ao Velho Chico.

Por horas observei o caudaloso e barrento rio.

Ao chegar em casa resolvi saber se conseguiria mudar mesmo a minha história.

Primeiro lembrei de um episódio no qual um vizinho famoso por suas inverdades disse que seu piá estava doente e ele pedia dinheiro apenas para curar as enfermidades de seu primogênito. Cético, não ajudei e depois de alguns meses o bairro veio, a saber, as dificuldades e o quase óbito do menino que ficou com sérias seqüelas por causa da doença.

Passei a borracha quando estas imagens em minha mente surgiram. Reescrevi o enredo. E, ao caminhar pela cidade vi no galho mais alto do abacateiro o menino que ontem era doente.

Cismado com ocorrido, fui bar do Tororó e tomei duas da que matou o guarda e perguntei para o Anael:

- E aquele menino em cima do abateiro.

- Ara ! Num ta enxergando! É o filho do Zé Mentiroso. Este - desde piazinho -, correninho pelos campos, roubando manga, subindo em árvores. Criança esperta.

Pedi mais uma pinga e fui pra casa. Almocei e fui dormir em uma árvore perto das águas do Opará.

Quando acordei peguei os objetos mágicos e resolvi tentar novamente.

Imaginei uma cena onde certa vez um casal viajante me pediu comida. Disse a eles que daria se me ajudassem a limpar a aluvião que tinha invadido o velho paiol de madeira. Eles se negaram e em um estado de fúria xinguei a mãe deles e os escorracei de meu sitio.

Depois de certo tempo percebi como minha atitude foi egoísta, quiçá não havia mais tempo para mudar esse quadro e mesmo rezando 09 Pai Nosso, 11 Ave Maria e 82 Salve Rainha não obtive o perdão.

Peguei a borracha e apaguei todo o ocorrido deste dia ébrio. Com lápis reescrevi esta cena e adquiri o perdão.

Num instante, um alívio tomou conta da minha áurea.

Era dia de Folia de Reis, vesti meu termo, um termo muito velho que meu bisavô, deixou pro meu avô, meu avô deixou pro meu pai e o meu pai deixou pra mim. Amarelo do tempo e do pó sertanejo, esta antiga veste só deve ser usado nesta data e pelas contas que passaram de geração em geração, essa é centésima vigésima sétima vez de uso do terno bordô.

A rebeca, a viola e a sanfona anunciavam a chegada do cortejo. De longe conseguia ver abrindo o cortejo Vergílio, um crioulo de mais de 2 m de altura que há anos trazia um estandarte com a imagem do menino Jesus onde em sua volta estavam os Três Reis Magros.

Muitos doces, muita comida, muitos fogos e muita dança. Desci a velha rua do moinho pra sentar na escadaria da igreja e fumar um sabiazinho. De repente, em minha vista apareceu uma menina cheinha de sardas no rosto, pele clara e cabelo ferrugem. Ela vestia sandalhas azuis e um vestido branco todo bordado no babado com uma espécie de mandala indígena. Meu zoinho estalou e tum-tum-tum rapidamente fez meu coração.

Na mesma hora fui no sítio do velho seu Olavo e roubei uma mãozada de gardênias brancas para levar a minha amada.

Quando voltei, à praça ainda estava mais cheia, mas ao me virar em sentido a imagem de Padinho Cícero, vi aqueles olhos de jabuticabas se cruzarem aos meus e, ao ver aquele sorriso branquinho, como as nuvens da mirada daserra fui em sua direção. Foi o tempo dela me abraçar, pegar em uma mãos as flores e na outra minha mão, me puxar para dançar e correr por toda Folia de Reis até desembocarmos no São Francisco.

Como nos deliciamos com Jambo e nos melecamos com açaí. Imitava o barulho do Pássaro Bigodinho, do Cambacica e do Caboclinho Verde de Cabeça Marrom aos ouvidos de Jasmin e embaixo da Aroeira Preta do Sertão, ela ria e me beijava o pescoço.

A tarde caia, e como minha amada vinha de um vilarejo próximo, ela precisava ir embora. Quando voltamos e chegamos próximo à barraca de quitutes regionais, uma garrucha disparou. Todos corriam mulheres procuravam suas crianças e as crianças sem as mães começaram a chorar.

Senti as mãos de Jasmin cingirem as minhas com muita força e descobri que por acaso a bala havia atingido sua costa.

A partir desse ponto, a seqüência clara da história, com a borracha apaguei e com o lápis reescrevi o ocorrido.

Vi sua presença a menos de um quarto de léguas de mim. Jasmin me apareceu com a mesma roupa que estava na Festa de Reis. Corri ao seu encontro de seus braços, nos beijamos, cantamos e nos amamos debaixo da chuva até a chegada do primeiro sabia.

Adormeci e quando acordei minha amada não estava mais ao lado. Fiquei desesperado, gritei seu nome por todo bosque. A cavalo, subi e desci as veredas da floresta, vasculhei pela nuvens para ver se ela estava a voar e por seguinte, chorei, chorei e chorei.

Depois de tantas lágrimas como uma criança, adormeci e em meus sonhos, a pequena fada, mas agora mais cintilante, reapareceu e me perguntou:

- Por que chorais tanto?

Aos soluços contei toda história. A ânsia e a dor se misturaram com inconformismo revivido. As cicatrizes se abriram e saudade de Jasmin, aos poucos, tomou contava do meu ser.

A fada observou toda minha mutação astral. E quando eu desesperado pergunta a ela por que, a fada voou a frente de minhas retinas e disse:

- Os objetos mágicos mudam a história, mas jamais podem alterar o destino.






Contado por um caboclo



Adaptação Mauricio Hermann