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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Censura no Estadão? Será?

Mais uma vez o fantasma da censura adeja o cenário da comunicação brasileira. Nestes últimos dias, li tanta coisa contra a posição do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, (TJDF) que através do desembargador Dácio Vieira, proibiu o Grupo Estado de publicar reportagens sobre a Operação Faktor da Policia Federal que envolve investigações sobre a dinastia Sarney que fiquei a pensar.

Claro que o jornal o Estado de São Paulo levantou a bandeira nostálgica do período da ditadura, onde a liberdade de expressão era extremamente proibida. E, é lógico que toda imprensa foi solidária ao jornal e diferentes órgãos que lutam a favor da liberdade de imprensa manifestaram sua posição contra a justiça.

Eu abomino qualquer tipo de opressão. Sei da importância da liberdade de expressão e de imprensa e sua suma posição a mareação de qualquer regime democrático. No entanto, alguns pontos eu preciso manifestar.

Levando em consideração que o desembargador proibiu o Estadão de publicar informações sobre a Operação Barrica, o TJDF alega o que a vetar esse tipo de publicação pelo jornal?

Para quem não sabe, o que foi publicado pelo jornal corre em segredo de justiça, então a divulgação do conteúdo desse processo é proibido. E, talvez isso, foi o motivo pelo qual o departamento o jurídico do Estadão, até o presente momento, não entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a intervenção do TJDF em suas reportagens.

Uma análise conjuntural

Ontem, em uma conversa com o sindicalista chamado João Guilherme Vargas Netto, ele me fez entender o tamanho poder dos meios de comunicação no Brasil. E percebi, que diante estes quase oito anos de Governo Lula, como o cenário político nacional dialogou com a mídia e enxerguei como pouco mudou desde a derrubada de Collor pelos caras pintadas influenciados pela Globo.

A grande mídia tentou de todas as formas desestruturar o governo e, em partes, ela conseguiu. De uma forma voraz e continua, denuncias sobre os principais articuladores de Lula eram pautas manchetistas nas publicações dos rádios, dos jornais e da televisão a manipular a sociedade civil a protestar contra políticos e por conseqüência, Brasília, derrubou mais de uma dezena destes pertencentes à base governista.

Mas será que o real interesse midiático foi trazer ao receptor a verdade dos fatos ou a sua própria verdade? Na minha singela opinião, as grandes corporações da comunicação brasileira ao perceberam que não conseguiriam derribar o presidente oriundo do povo, resolveram atacar a sua base. Quantos e quantos companheiros de Lula caíram? Todos lembram dos episódios de Benedita da Silva, Pallocci e José Dirceu.

Por que a mídia não mostra o desastre e a estagnação da ditadura tucana no Estado de São Paulo nestes seus 20 anos gestão? Por que a mídia é conivente a elitização judicial das ações STF maestrado por Gilmar Mendes?

A maioria dos pilares apoiadores do Governo Lula a sofrerem algum tipo de denuncia originada ou apoiada pela mídia foram abatidos. Apenas Paulinho da Força, que ora joga no Corinthians e ora no Palmeiras e o fariseu José Sarney resistiram à mídia brasileira assim como Agnès Humbert em sua oposição diante à ocupação nazista na França.

João Guilherme falou os vários pontos que engessam e demonstram o poder e o unilateralismo da mídia no Brasil no atual período. E, em um dos seus célebres pensamentos disse: “Nós sindicalistas já conseguimos parar a Volkswagen do Brasil, a Vale do Rio Doce, a Petrobrás, mas independente do anêmico sindicalismo jornalístico no país, quem consegue parar a Rede Globo e companhia”.

5 comentários:

  1. É meu caro Mauricio. Nenhuma corporação tem tanto poder no Brasil quanto a nossa grande mídia, em especial a dona Rede Globo e seus pares: Folha, Estado, Abril. Somente uma mobilização monstro, de proporções nacionais poderia minar o poder deles. Porém, isso é uma utopia distante, muito distante...
    Abraços
    João

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  2. Mobilização monstro, gostei deste termo. Mas se é utopia meu caro João, vamos correr pelo menos pra tentarmos realizar esse sonho.

    "Utopia que sonha junto é realidade"

    ABRAÇOS ECO-LIBERTÁRIOS

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  3. Pois é Hermann, compartilhei desta mesma indagação quando via a cada dia nas capas do Estadão manchetes e mais manchetes sobre o "absurdo da censura".Todos sambemos que ninguém é santo nessa história, nem o Grupo Estado, muito menos nosso querido José Sarney. Porém, o fato que devemos questionar nesse caso específico é: o interesse do Estadão foi apenas cumprir sua missão democrática de levar informação à nação brasileira? Minha pouca bagagem já me permite dizer que não. Penso que o Grupo Estado agiu nessa sua "deseja pela liberdade de imprensa" de uma forma até psicológica, já explico meu ponto de vista: temos no Brasil uma memória muito recente de uma ditadura que nada teve de branda, sendo assim o termo "censura" rende muita discussão, indignação, revolta e nossas grandes corporações jornalísticas sabem muito bem como se aproveitar disso...Mas temos de devemos seguir em frente, mesmo que a censura, o caso Sarney ou a Gripe Suína tentem tapar nossos olhos. Aproveitando o gancho do João sobre a Utopia, fica uma reflexão proposta por Eduardo Galeano: "A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a autonomia? Serve para isso, para que eu não deixe de caminhar."

    Abraços,

    Patty

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  4. Partindo da premissa que temos presente um forte jogo de interesses não só no nosso país mas no mundo, creio que não seria uma tarefa fácil desafiar um imperio como a Rede Globo...
    Essa briga só seria possível se tivesse cachorros grandes sendo feridos ou ameaçados.Existem muitos acordos que estão nas entrelinhas e que dificilmente chega até nós...ou talvez uma outra opção seria se surgissem veiculos de comunicação com um certo poder(economico e politico) para entrar na briga, e que fossem desafiadores e contra tudo isso, e que não aceitassem acordos, assim como ocorreu com os jornais alternativos na ditadura, mesmo sem este poder todo.Estou só supondo...rs
    Intenções à parte de tais publicações pelos jornais,como Paty disse ninguém é santo, porém esta censura ao Estadão, continua sendo descabida, pois é movida por interesses. Tirar um direito da população de saber as mazelas do governo, e enfim a verdade, não dá pra aceitar!
    Beijos da Butterfly

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  5. Maurício,

    Acredito que essa situação seja "comum" também em outros países da América Latina.
    Veja o golpe de Estado, articulado em 2002, na Venezuela, quando Chávez ficou dois dias fora do poder... (se não estiver errada)
    Esse exemplo ilustra bem o poder midiático da TV, pois para validar qualquer ato do governo era necessário ir à TV.

    Mudar esse panorama, só com revolução.

    É isso...

    Um grande abraço.

    Carina

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