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terça-feira, 14 de julho de 2009

Jornalistas sem diploma

“A profissão de jornalista não oferece perigo de dano à coletividade tais como medicina, engenharia, advocacia nesse sentido por não implicar tais riscos não poderia exigir um diploma para exercer a profissão”. Gilmar Mendes, presidente STF.

Em junho o Supremo Tribunal Federal (STF) revogou a obrigatoriedade do diploma universitário para exercício da função de jornalista no Brasil. Distintas foram às opiniões entre as entidades de comunicação e representantes da classe sobre a decisão do Supremo. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádios e Televisão (Abert) foram favoráveis à decisão. Em contrapartida, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Associação Brasileira de Imprensa (ABI), refutaram a decisão.

Como estudante de jornalista penso diferente de Mendes que comparou o labor jornalístico ao oficio de cozinheiro. Em minha opinião a importância acadêmica para formação de quem escreve na mídia é necessária porque um estudo específico sobre a profissão, além de desmistificar a chamada “liberdade de expressão e de imprensa” que o não-jornalista acha que existe dentro deste ambiente, qualifica essa categoria diante a responsabilidade que é com mídia.

O curso, teoricamente, mostra as diretrizes da formação da base informativa e os meandros para sua construção. Não que um especialista não saiba o que acontece por de trás das páginas dos jornais e da mesa de William Bonner, mas a alguns destes, por não ter um estudo peculiar sobre o assunto, não imagina a magnificência ameaçadora da arma que é produzir informação.

Vale salientar que, tal efeito de anulação da lei, tanto criticado pelas organizações de jornalistas foi revogado também pelo fraco, fragmentado e individualismo oriundo dessa categoria. Talvez, se o sindicalismo dessa classe fosse mais expressivo, a resultante seria outra.

E será que alguém pode responder uma perguntar:

Quem ganha com tal decisão, a democracia ou uma minoria de déspotas esclarecidos donos dos veículos de comunicação, por quê?

Jornalistas a mercê dos barões da comunicação.

Mauricio Hermann

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