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quarta-feira, 15 de julho de 2009

O amigo da onça

Fazia tempo que meu coração não ficava apertado. No auge dos meus 26 anos, acompanho a tragetória de Lula desde dos tempos em que ele era companheiro até se tornar presidente.

Lembro que em 89 meus tios, minha mãe, professores, a esquerda e artistas de Itapetininga vibraram com a possibilidade de termos no comando do Brasil alguém oriundo do povo. Minha mãe cantava bem alto “...Lula lá, brilha uma estrela...”. Como aprendi a admirar essa pessoa e colocar a estrela vermelha no peito.

Apesar de ter passado alguns anos da derrota de Lula diante FHC, ao ler o livro do Do Golpe ao Planalto do jornalista Ricardo Kotscho, entendi o tramite politico que levou o Partido dos Trabalhadores a derrota e calafrios, novamente me deram a entender essa segunda perda.

Lembro até hoje a vitória do Presidente Lula. Não me recordo bem o dia, mas recordo claramente das lágrimas caídas de meus olhos diante a vitória do povo.

Denuncias, mensalão, envolvimento de lobistas, a queda de importantes ministros , apoio a velhos caciques e a perda da ética partidária foram contra o PT. Como ex-militante, não deixei que as coisas afetassem meu amor diante a grandiosidade deste partido, todavia os dois últimos meses foram terríveis.

Elogiável é o trabalho deste governo nas questões sociais. Diante a economia, até o economista capitalista mais pessimista reconhece o bom manejo do governo no setor, na saúde e na educação o governo ficou muito aquém das promessas. Mas, ninguém é perfeito.

A facada em meu coração dado por Lula foi quando ele sancionou a MP 458/09 (
http://www.leidireto.com.br/medidaprovisoria-458.html ), que possibilotou entre os vários absurdos a legalização de terras amazonicas para grilheiros. Como isso não me fez bem, a regularização dessas terras apenas aumentará exploração direta e desenfreada de importantes trechos da Amôzonia.

"Quero fazer justiça ao senador Collor e ao senador Renan, que têm dado sustentação ao governo em seu trabalho no Senado.", Luis Inácio Lula da Silva.

Depois disso pra felicidade de uma amiga chamada Nayana Rezende, eu resolvi deixar de ser petista, mas não deixei de gostar do Lula.

Mas agora foi o apogéu da burrice da governabilidade. Aliança com Fernando Collor de Melo, pelo amor de Deus. Fiquei totalmente desapontado com essa parceria, isto é, não vou nem comentar o apoio ao farizeu José Sarney.

Dizem que quando estamos no inferno a melhor coisa é abraçarmos o capeta, mas caminhando por águas brancas, o Lula tinha que abraçar justo Collor.

Ai ai.

Peço desculpas ao capeta.

Mauricio Hermann

Um comentário:

  1. Fala Mauricio!! Finalmente entrei no blog. Ufa! Já tava ficando chato...
    Bem, meu caro. Tenho certeza de que este seu sentimento de desapontamento é compartilhado por muitos, inclusive eu. Os meandros da política são de difícil entendimento para nós, pobres eleitores. Mas, apesar da aliança com o PMDB do Sarney e Renan (devemos lembrar que este partido também foi base de sustentação do governo FHC), o abraço de tamanduá no Collor, ainda gosto do Lula. E, tenho a convicção de que seu governo foi mais benéfico para o país do que os anteriores. Fui!

    Abraços
    João

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