Cracolândia é onde se encontra o maior volume de sujeira
Quem passa todas as manhãs pela Rua dos Gusmões, Triunfo, Andradas e adjacências do bairro da Luz observa o lixo espalhado pela região. Conseqüência da grande quantidade de usuário de drogas que fazem do centro velho da Capital um lugar sem lei, moradores, comerciantes e trabalhadores reclamam da situação na qual são obrigados a conviver diariamente com o medo e com a sujeira.
No bairro, importantes espaços culturais como a sala São Paulo, o Museu da Língua Portuguesa e a Rua Santa Ifigenia, referência nacional em produtos eletro-eletrônicos atraem milhares de pessoas durante o dia e nas atividades culturais noturnas. Porém, na madrugada o consumo, o comércio de crack e a bagunça passam a fazer parte do cenário cotidiano da região.
Pela manhã, todo tipo de resíduos pode ser encontrado. Materiais domésticos, alimentos, seringas, cachimbos, garrafas. Fezes e urina ficam nas ruas, portas das lojas e nas calçadas. Trabalhadora da região, a vendedora Andréia Profílio acredita que os viciados trazem a sujeira de outros lugares e afirma que os horários de coleta seletiva e varrição contribuem pra que isso permaneça, “a hora que o lixeiro e o pessoal responsável por varrer passam possibilita que os “nóias” mexam nos sacos de lixo e fique essa imundice”, comenta.
Segunda a empresa Loga, responsável pela coleta dos sacos de lixos, a realização desse trabalho é feita todos os dias após às 21 horas devido ao grande fluxo de automóveis. “Fazemos esse trabalho diariamente na região e recolhemos os volumes ensacados produzidos por moradores e comerciantes de até 200 Lt/dia, agora recolher o que fica pelo chão não é nossa tarefa”, afirma o presidente da empresa Luiz Gonzaga.
A Construfert Ambiental é responsável pela coleta da varrição no bairro. Por meio de sua assessoria de imprensa – a empresa confirma a realização desse serviço cinco vezes ao dia . Mas, em alguns dias com tanta sujeira é preciso que o efetivo de dois garis por rua aumente. A Prefeitura de São Paulo não com freqüência manda um “caminhão pipa” com cloro para desinfetar e tirar “grosso” das ruas da região conta o porteiro João Ribeiro.
Ribeiro conta que a situação de sujeira é constante e explica em quais os dias a quantidade de lixo é maior. “De sexta até o domingo é quando se faz mais sujeira e segunda-feira se vê o resultado. Se eu não varro, eu lavo. Todos os dias”, diz.
Atividades integradas como a Ação Centro Legal, parceira entre órgãos municipais e estaduais, policiamento ostensivo e o projeto Nova Luz não conseguirem acabar com a cracolândia e o lixo espalhado na região é apenas mais um dos problemas recorrentes do enorme número de viciados em crack do centro de São Paulo.
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